FBI obriga Apple a quebrar segurança do iPhone

Em carta aberta, o presidente da Apple Tim Cook comunica aos seus clientes que o governo dos Estados Unidos está obrigando a empresa a tomar uma atitude sem precedentes que vai ameaçar a segurança de todos os usuários de seus produtos.

Em decorrência das investigações do ato terrorista em San Bernardino no último dezembro e do fracasso da agência de investigação em quebrar a segurança do iPhone, o FBI entrou na Justiça contra a Apple para obrigar a empresa a lançar uma versão do iOS que tenha uma back door, uma porta dos fundos, ou seja, uma maneira que permita o acesso direto às informações do telefone, passando por cima da criptografia e toda a estrutura de segurança que torna o iPhone um dos aparelhos mais seguros do mercado.

O caso começou quando o FBI pediu à Apple que desse acesso a mensagens trocadas em tempo real entre iPhones dos vários criminosos. A Apple respondeu que não tinha essa possibilidade pelo fato de ser impossível acessar essas mensagens graças aos altos níveis de criptografia aplicados, o que impede a própria criadora do aparelho a ter acesso ao conteúdo pessoal dos usuários.

Na Justiça, o FBI exigiu então a criação de uma ferramenta tal que possa ser usada apenas “uma vez em cada telefone” para acessar os dados. Mas a Apple garante que isso simplesmente é irreal. Uma vez criada, a técnica poderá ser utilizada tantas vezes quiser em qualquer dispositivo.

Tim Cook ainda explicou que a Apple se colocou contra a demanda judicial e está procurando todos os canais legais para que isso não aconteça. “Enquanto acreditamos que as intenções do FBI são boas, seria errado o governo nos forçar a criar uma porta-dos-fundos em nossos produtos. E definitivamente, tememos que essa demanda destruiria pouco-a-pouco toda a liberdade e independência que nosso governo se destina a proteger”.

» Leia a íntegra da carta (em Inglês) no site da Apple

Author: Marco Andrei Kichalowsky

Editor-chefe do macnarama.com, é applemaníaco e trabalha com produtos Apple desde 1993. Foi presidente do Brasil Apple Clube durante 10 anos e colaborador da saudosa Macmania e sua herdeira MAC+ até o fim da revista em 2015.

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